BariTEST®

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Escala para avaliar o bem-estar
do paciente de cirurgia bariátrica

Como Surgiu o BariTEST®

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A obesidade é uma doença crônica de causa multifatorial: genética, ambiental, socioeconômica, endócrina, metabólica e psiquiátrica. De acordo com a World Health Organization (2018), a obesidade mundial quase triplicou desde 1975, atingindo cerca de 600 milhões de pessoas. Quando os tratamentos convencionais, medicamentos, dietas e exercícios físicos não apresentam resultados duradouros, a cirurgia bariátrica pode ser indicada.

De acordo com a Resolução nº 2.131/15 do Conselho Federal de Medicina (CFM, 2015), são candidatos à cirurgia bariátrica os pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 40 kg/m² ou com IMC maior que 35 kg/m² associado a comorbidades, tais como diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia, e apneia do sono.

A cirurgia bariátrica é um método que reduz a ingestão alimentar e/ou absorção dos alimentos pelo organismo do paciente (BRILMANN et al., 2007). Em média, a perda do excesso de peso dos pacientes varia entre 50 a 80%, tendo como média de 61% do excesso de peso, dependendo do comprometimento do paciente, e do tipo de cirurgia realizado (ABESO,2016). De acordo com a Resolução no 2.131/2015 do CFM (2015), os procedimentos cirúrgicos aceitos no Brasil são:

a) Cirurgias Restritivas: gastroplastia vertical bandada ou cirurgia de Mason, banda gástrica ajustável e gastrectomia vertical ou gastrectomia sleeve;

b) Cirurgias Mistas com Maior Componente Restritivo: gastroplastia com desvio intestinal em Y de Roux;

c) Cirurgias Mistas com Maior Componente Disabsortivo: cirurgia de derivação bílio-pancreática com gastrectomia horizontal (cirurgia de Scopinaro) e cirurgia de derivação bílio-pancreática com gastrectomia vertical e preservação do piloro (cirurgia de duonenal switch).

Desde 1991, há recomendação da ASMBS de que os candidatos à cirurgia bariátrica passem por alguns profissionais da equipe multidisciplinar. A Portaria nº 425 de 19 de março de 2013, do Ministério da Saúde, e a Resolução nº 2.131/2015, do Conselho Federal de Medicina, determinaram que as equipes multiprofissionais envolvidas no tratamento cirúrgico da obesidade devem ser minimamente compostas por cirurgião com formação específica, endocrinologista, psiquiatra ou psicólogo, nutrólogo ou nutricionista. Se necessário, para melhor tratamento dos pacientes, outros especialistas, como cardiologistas e pneumologistas, podem ser acionados. A equipe de atendimento hospitalar deve estar familiarizada com as características da população atendida e os efeitos dos procedimentos cirúrgicos, sendo composta por anestesiologista, fisioterapeuta e equipe de enfermagem.

Os candidatos à cirurgia bariátrica têm maior prevalência de transtornos mentais do que a população geral. É importante não estigmatizar este grupo, pois a relação é de correlação e não de causalidade, visto que existem pessoas com obesidade grau três com bom funcionamento psicológico. Entretanto, quando presentes, as anormalidades psicopatológicas costumam causar impacto nos resultados da cirurgia bariátrica. O CFM recomenda precaução para indicar a cirurgia bariátrica em pacientes com transtorno psiquiátrico grave sem tratamento; quando há ausência de suporte familiar ou naqueles que, devido à instabilidade emocional e/ou psicológica, venham a considerar impossível o acompanhamento e a obediência às instruções pós-operatórias. Além disso, a cirurgia bariátrica deve ser contraindicada nos casos de uso abusivo de drogas ilícitas e/ou alcoolismo (CFM, 2015).

O tratamento multidisciplinar deve ser iniciado na fase pré-operatória, visto que nem todos os candidatos são aptos para o procedimento cirúrgico.

Uma dificuldade que os profissionais enfrentam na avaliação para cirurgia bariátrica é a falta de instrumentos validados específicos para avaliar a população bariátrica.

Portanto, as psicólogas Carolina Mocellin Ghizoni e Flávia Sabóia identificaram a necessidade de elaborar um instrumento psicométrico para cirurgia bariátrica. O BariTEST® foi desenvolvido por psicólogas, nutricionistas e médicos para atender a essa demanda. É prático, em escala Likert e composto por 59 itens distribuídos em seis construtos, os quais avaliam as principais características que influenciam na cirurgia bariátrica: estado de humor, comportamento alimentar, qualidade de vida, relação com o peso corporal, consumo de bebida alcóolica, e suporte social do paciente bariátrico.

O BariTEST® é um instrumento indicado para pacientes que estão tanto no pré quanto no pós operatório de cirurgia bariátrica. A aplicação do BariTEST® deverá ser realizada EXCLUSIVAMENTE PELOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE que atuam com cirurgia bariátrica, tais como: médico cirurgião, psicólogo ou psiquiatra, nutricionista ou nutrólogo e endocrinologista.

A elaboração e validação do BariTEST® foi realizada mediante validade de conteúdo, construto e critério.

O BariTEST® é um teste psicológico? Não. Ele não foi submetido ao Conselho Federal de Psicologia (CFP) e transformado em um teste psicológico, pois isto inviabilizaria que outros profissionais o utilizassem, deixando restrito seu uso exclusivamente aos psicólogos.

Sabemos que os profissionais que atuam com o paciente bariátrico, precisam atuar numa abordagem interdisciplinar e o BariTEST® poderá ser útil nesta comunicação entre os profissionais, bem como com o paciente.

Através do BariTEST® é possível mensurar o bem-estar do paciente antes e após o procedimento bariátrico e talvez identificar os fatores responsáveis pela recidiva da obesidade após a cirurgia bariátrica, que acomete de 15 a 35% dos pacientes operados (COURCOULAS et al., 2015). As causas da recuperação do peso após a cirurgia bariátrica não são bem compreendidas, mas são atribuídas a fatores biológicos, cirúrgicos e comportamentais. Os principais fatores psicológicos e comportamentais nos resultados subótimos e/ou na recidiva de peso após a cirurgia bariátrica são: sedentarismo, baixa autoestima, depressão, baixa adesão à dieta, falta de acompanhamento contínuo com a equipe bariátrica (ODOM, 2010) e hábitos alimentares inadequados. Meany et al. (2014) consideram os padrões alimentares disfuncionais, como a compulsão ou a perda de controle alimentar, o comer emocional, o hábito beliscador (frequentemente ingerir pequenas porções de alimento durante o dia) ou as escolhas alimentares não saudáveis, principalmente com alimentos pastosos e/ou líquidos calóricos.

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Quer saber mais sobre o processo de validação do BariTEST®?

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Quem somos nós?

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Carolina Mocellin Ghizoni, psicóloga (PUCPR), especialista em transtornos alimentares e obesidade (FMUSP), mestre em clínica cirúrgica (UFPR). Há 11 anos atua com avaliação psicológica para cirurgia bariátrica. Psicóloga da equipe do Dr. Giorgio Baretta – Curitiba/PR. Professora do curso online de avaliação psicológica para cirurgia bariátrica. Autora também do BariMEP®.

Flávia Sabóia, psicóloga (PUCPR) especialista em psicologia clínica analítica, curso de formação em avaliação psicológica para cirurgia bariátrica (FMUSP). Há 10 anos atuando como psicóloga e também com avaliações para candidatos à cirurgia bariátrica atualmente na equipe do Dr. Nicolas Lamas – Apucarana/PR.

Carolina Mocellin Ghizoni, psicóloga (PUCPR), especialista em transtornos alimentares e obesidade (FMUSP), mestre em clínica cirúrgica (UFPR). Há 11 anos atua com avaliação psicológica para cirurgia bariátrica. Psicóloga da equipe do Dr. Giorgio Baretta – Curitiba/PR. Professora do curso online de avaliação psicológica para cirurgia bariátrica. Autora também do BariMEP®.

Flávia Sabóia, psicóloga (PUCPR) especialista em psicologia clínica analítica, candidata a analista (AJB- credenciada no IAAP- Zurique), curso de formação em avaliação psicológica para cirurgia bariátrica (FMUSP). Há 10 anos atuando como psicóloga e também com avaliações para candidatos à cirurgia bariátrica atualmente na equipe do Dr. Nicolas Lamas – Apucarana/PR.